30 de abril de 2010

Tony Hawk

Anthony Frank Hawk, mais conhecido por Tony Hawk, nasceu a 12 de Maio de 1968 em San Diego, na Califórnia e tinha 9 anos quando o irmão lhe ofereceu o skate “banana” de fibra que lhe mudou a vida.
Tony era o tipo de criança que punha a cabeça dos pais em água devido à sua hiperactividade. Tony sempre foi muito determinado. Quando tinha 6 anos a mãe levou-o a uma piscina olímpica. “Ele decidiu que tinha que atravessar a piscina sem respirar, o que o deixou muito frustrado quando viu que não conseguia,” recorda a sua mãe, Nancy. “Ele sempre foi muito exigente consigo próprio e criava grandes expectativas quando ia fazer qualquer coisa.” A certa altura tentou a sorte no baseball, como não tinha muito jeito, ficou tão desgostoso que se refugiou numa falésia perto de casa, obrigando o pai a “resgatá-lo” depois de algum tempo para o convencer.
As suas frustrações eram tão preocupantes que os seus pais foram à escola e pediram que lhe fizessem uma avaliação psicológica. Os testes comprovaram que Tony era “sobredotado” e os professores recomendaram que fosse colocado numa classe mais avançada. Estava descoberta a origem dos seus problemas: “os psicólogos disseram que ele tinha uma mente de 12 anos num corpo de 8,” lembra a sua mãe. “E a sua mente pedia-lhe para fazer coisas que o seu corpo não conseguia.”
Felizmente para o mundo do skate quando, ultrapassado o mistério dos seus problemas, o seu irmão Steve lhe ofereceu um skate. Tony começou timidamente a andar no seu skate “banana” até que rapidamente o seu corpo começou a acompanhar a mente. “Quando ele começou a evoluir no skate a sua personalidade mudou. Finalmente ele estava a fazer algo que realmente o satisfazia,” conta o irmão. “Ele tornou-se uma pessoa diferente, ficou mais calmo e começou a pensar também nas outras pessoas, tornando-se generoso. Ele não se preocupava tanto com o facto de perder, pois já nem sequer se preocupava quando perdia a jogar Pac Man, como acontecia anteriormente”.
A sua mãe concordava com uma gargalhada, “eu fiquei tão contente, pois enquanto ele gastava energias com o skate pelo menos não me massacrava a mim.”
Mas Tony continuava a lutar consigo próprio e sempre a tentar superar-se. Se não conseguisse fazer as suas melhores manobras num campeonato de skate, mesmo que ganhasse, ficava em silêncio e quando chegava a casa pegava no seu gato Zorro, levava-o para o quarto para falar com ele e depois dizia à mãe:” o Zorro diz que se eu não der o meu melhor, vai-me matar,” lamentava ele.
Nunca se descortinou a origem de tanta determinação. Pelo menos uma parte deve vir do seu pai, Frank, que lançava torpedos aos aviões durante a II Guerra Mundial. Mais do que uma fonte genética, Frank Hawk sempre apoiou e ajudou o filho a evoluir como skater, não como professor ou treinador, mas dando-lhe sempre todas as condições para ele treinar e evoluir naquela que era a sua paixão favorita. Frank correu a Califórnia de norte a sul para levar o filho Tony a campeonatos de skate, construiu inúmeras rampas ao longo dos anos e quando começou a ficar desgostoso com as (más) organizações dos campeonatos, fundou a California Amateur Skateboard League e a National Skateboard Association. As organizações de alto nível conseguidas pela NSA deram uma boa imagem ao skate e tornaram-no num desporto popular durante os anos 80. Frank morreu em 1995.
Aos 12 anos, Tony era patrocinado pela Dogtown Skateboards, aos 14 tornou-se profissional e aos 16 já era o melhor do mundo. Aos 17 anos, Hawk já tinha participado em 103 campeonatos profissionais, ganhando 73 e ficando 19 vezes em 2º lugar.

Infelizmente, ser campeão do mundo de skate não significava necessariamente independência financeira. O skate era notoriamente um desporto de altos e baixos de popularidade mas Tony sempre foi organizado e soube tirar proveito do seu sucesso. Finalista na Torrey Pines High School, em Del Mar, na Califórnia, ele comprou a sua primeira casa aos 17 anos. Dois anos mais tarde comprou outra casa: uma quinta com 1,5 hectares nos arredores de Fallbrook, onde construiu um gigantesco half-pipe. Entre a casa e a piscina com cascata construiu uma rampa mais pequena. Hawk viajava constantemente pelo mundo inteiro para participar em campeonatos e demonstrações. Ele ganhava dinheiro suficiente para pagar aos amigos viagens ao Hawaii, de forma a passarem férias todos juntos. Casou-se com Cindy Dunbar em Abril de 1990, indo viver para Fallbrook. Génio da electrónica, Hawk comprava constantemente novos computadores, sistemas de som, câmaras de vídeo e carros. Mas, em 1991 tudo isto acabava. O skate estava “fora de moda” e a indústria do desporto não resistiu, quando Tony se apercebeu já era tarde e o céu já tinha desabado sobre si.
O skate tinha “morrido”. Não foi uma morte lenta que desse tempo para Tony se precaver, foi como um soco no estômago que o deixou “ko”. Os seus rendimentos baixaram drasticamente e, subitamente, a sua mulher, que era manicure, tornou-se no sustento da família. A vida estava tão difícil que Tony até teve o apoio da Taco Bell que lhe ofereceu um abono de 5 dólares por dia.
Nos anos seguintes as coisas não melhoraram e ele vendeu a casa de Fallbrook e o carro Lexus. Em 1992 nascia o seu 1º filho, Riley. Entretanto renegociou o financiamento da sua 1ª casa e fundou uma empresa de skates, a Birdhouse Projects, com amigo (e ex-colega do Team Peralta) Per Welinder. Dois anos mais tarde, divorciou-se de Cindy. A Birdhouse não gerava receitas e o futuro de Tony era incerto.

Entretanto a indústria do skate dava mostras de estar a recuperar da crise, voltando novamente à mó de cima. O falcão (Hawk, em inglês) tornou-se Fénix e renasceu das cinzas. Em 1996 casou com Erin Lee e comprou uma casa nova com uma nova piscina e uma nova cascata. A Birdhouse tornou-se numa das maiores empresas da indústria do skate a nível mundial (com uma facturação anual a rondar os 20 milhões de dólares!) e Tony assinou chorudos contratos de publicidade com empresas como a Jeep, a Adio Shoes e a Sirius Satellite Radio. Em 1998 ele e a sua família criaram uma empresa de roupas de skate para crianças chamada, claro, Hawk Clothing, que foi adquirida pela Quiksilver no ano 2000 (actualmente à venda exclusivamente na cadeia de lojas Kohl). Em 1999 criou, juntamente com a Activision, o jogo Tony Hawk Pro Skater para a Playstation. Ele previa lucros razoáveis mas as cópias “voaram” das prateleiras e rapidamente o jogo tornou-se um bestseller. No ano seguinte foi lançado Tony Hawk Pro Skater 2 e foi directamente para o topo das vendas, tendo permanecido no 1º lugar durante mais de um mês. Entretanto foi lançado Tony Hawk’s Proving Ground que continuou a ter boa aceitação de parte do público e o negócio não dá sinais de estar a abrandar tendo já vendido mais de 2 milhões de cópias.
O sucesso de Tony virou-se para outras áreas e a sua autobiografia, “Hawk – Occupation: Skateboarder” tornou-se um bestseller e foi bastante elogiada pelo New York Times. Criou também o Tony Hawk’s Gigantic Skatepark Tour com a cadeia ESPN, que só é superada pelos X Games.

A 26 de Março de 1999, nasceu Spencer, o seu 2º filho, que também tem uma estranha atracão pelos skates pois já anda no seu mini skate às voltas pela cozinha. O 3º filho, Keegan, nasceu a 18 de Julho de 2001. Entretanto Tony divorciou-se de Erin, tornando-se num orgulhoso e presente pai. “Fico orgulhoso em poder ser skater e um pai responsável ao mesmo tempo”, diz Tony, “mas não me sinto tão “velho” como outros pais.”
Tony não se sente tão velho como outros pais, mas já era suficientemente velho para se “retirar” aos 31 anos. Mas “retirar” não significa que ia deixar de andar de skate, significa apenas deixar de entrar competições. Ele continua a andar de skate todos os dias, continua a aprender novas manobras e continua a participar em demonstrações pelo mundo inteiro. Ele foi recentemente considerado o melhor skater na vertente vert (half-pipe) pelos leitores da Transworld Skateboarding Magazine. Uma das coisas que fez com que Tony acabasse a carreira no final de 1999 foi o facto de ter realizado um 900º nos X Games. O 900º (2 piruetas e meia) era a última manobra que ainda não tinha completado e que fazia parte da lista de manobras que tinha definido como objectivo uma década antes, da qual também faziam parte o ollie 540, o kickflip 540 e o varial 720.

Em 2002, Tony lançou o Boom Boom Huckjam, um circuito que passava por 30 estádios de várias cidades com participação dos melhores atletas mundiais de skate, bmx e motocross freestyle na disciplina de rampas/saltos e com prémios no valor de 1 milhão de dólares. Enquanto os atletas “ripavam” nas rampas, as melhores bandas de punk e hip-hop actuavam ao vivo. O enorme sucesso das Huckjam Tour’s levou a cadeia de televisão Fox a incluir o espectáculo na programação do Super Bowl Sunday (final do campeonato de futebol americano). Em 2006 e 2007 o Huckjam Tour actuou exclusivamente nos parques da Six Flags (uma das maiores cadeias mundiais de parques de diversões).
E por falar em Six Flags, vão ser inauguradas duas montanhas russas Tony Hawk’s Big Spin nas cidades de San Antonio e St. Louis, além de projectos para execução de outras em diversas cidades nos próximos anos. Terão o skate e Tony Hawk como temática e serão inspiradas nos movimentos do skate.
Em Janeiro de 2006, Tony casou com Lhotse Merriam numa cerimónia realizada na ilha de Tavarua, em Fiji. Tony e Lhotse vivem em San Diego e em 2008 foram pais de Kadence.

Tony criou também a Tony Hawk Foundation, uma forma de retribuir algo a um desporto que tanto lhe deu. O principal objectivo é promover acções de caridade e financiar a criação de skateparks em bairros desfavorecidos, a Fundação já distribuiu mais de 2.7 milhões de dólares para instituições sem fins lucrativos construírem skateparks no país (Estados Unidos) inteiro. Actualmente, a fundação já participou na construção de 427 skateparks.

"Estou muito feliz com o rumo que a minha vida tomou, assim como o próprio desporto,” diz Tony. “Eu não me imaginaria a seguir outra carreira sem ser a de skater profissional.”

1 comentário:

Bob Burn disse...

Cara nota 1000 isso me ajudou muito na minha carreira acho que você sabe quem sou eu tchau
repetindo nota 1000