14 de maio de 2010

Amsterdam

Amsterdão é a capital dos Países Baixos, situada na província Holanda do Norte. O seu nome é derivado de uma represa (dam) no rio Amstel, o rio onde fica localizada a cidade. A cidade é conhecida pelo porto histórico, os museus de fama internacional, a zona de prostituição (Red Light District), as coffeeshops e os inúmeros canais que levaram Amsterdão a ser apelidada de "Veneza do Norte".
Amsterdão tem 761.262 habitantes e a sua área metropolitana tem cerca de 2 milhões de habitantes. É o centro de uma vasta zona urbana contínua, denominada Randstad, que se estende de Roterdão a Amsterdão e também Utrecht, com cerca de 7.6 milhões de habitantes.
A cidade destaca-se pelo sector financeiro, sendo o quinto centro financeiro europeu. Com mão-de-obra qualificada no sector logístico, a cidade destaca-se pelas suas infra-estruturas que reúnem um aeroporto internacional e um moderno porto marítimo.
No início, Amsterdão não era mais do que uma povoação de pescadores. Segundo a lenda, a cidade foi fundada por dois pescadores da província de Frísia, que por casualidade acabaram nas margens do rio Amstel num pequeno barco.
No ano de 1300 foi concedido o direito oficial de cidade e a partir do século XIV, Amsterdão começou a florescer como centro de comercial, principalmente pelo comércio com outras cidades holandesas e alemãs, conhecidas como a Liga Hanseática.
No século XVI, começou o conflito entre os holandeses e Filipe II de Espanha. Essa confrontação deu origem a uma guerra que durou 80 anos e que finalmente deu aos Países Baixos a sua independência. Depois da ruptura com a Espanha, a república holandesa ia ganhando fama pela sua tolerância para com as diversas religiões. Entre outros, procuraram refúgio em Amsterdão judeus de Portugal e Espanha, comerciantes de Antuérpia e huguenotes da França, perseguidos nos seus países devido à sua religião.
No início do século XVII, considerado o Século de Ouro de Amsterdão, a cidade converteu-se numa das mais ricas do mundo. Do seu porto saíam embarcações para o mar Báltico, a América do Norte, África e terras que agora pertencem à Indonésia e ao Brasil. Dessa forma foi criada a base de uma rede comercial mundial. Os comerciantes de Amsterdão possuíam a maior parte da Companhia Holandesa das Índias Orientais (Vereenigde Oostindische Compagnie) e da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (West-Indische Compagnie). Essas companhias instalaram-se em países que passaram a ser colónias dos Países Baixos. Nessa época Amsterdão era o principal porto comercial da Europa e o centro financeiro mais importante do mundo. A Bolsa de Valores de Amsterdão foi a primeira a funcionar diariamente.
A população da cidade cresceu ligeiramente de 10 000 em 1500 para 30 000 em 1570. Em 1700 este número já havia alcançado os 200 000 habitantes. Durante os séculos XVIII e XIX e até antes da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, o número de habitantes aumentou mais de 300%, alcançando os 800.000 habitantes.
No século XVIII e início do século XIX, Amsterdão entrou em declínio devido às guerras entre a república dos Países Baixos e o Reino Unido e França. Sobretudo as Guerras Napoleónicas que arrebataram as fortunas de Amsterdão. Quando se estabeleceu oficialmente o Reino dos Países Baixos no ano de 1815, a situação começou a melhorar. Nesse período uma das pessoas-chave das novas iniciativas foi Samuel Sarphati, um médico e planificador urbano, que procurou inspiração em Paris.
As últimas décadas do século XIX são chamadas de Segundo Século de Ouro de Amsterdão porque, entre outros, construíram-se novos museus, uma estação de comboio e o Concertgebouw, que é o teatro musical da cidade. No mesmo período chegou à cidade a Revolução Industrial. Novos canais e vias marítimas foram construídos para assim melhorar a ligação entre Amsterdão e o resto da Europa.
Pouco antes de começar a Primeira Guerra Mundial, a cidade começou a expandir-se, construindo novos bairros residenciais em direcção aos subúrbios. Durante a Primeira Guerra Mundial, os Países Baixos adoptaram uma posição neutra, mas mesmo assim a sua população sofreu muito com a falta de comida e gás para aquecimento.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha invadiu os Países Baixos no dia 10 de Maio de 1940, tomando o controlo do país depois de cinco dias de luta. Os alemães instalaram um governo civil nazista em Amsterdão, que se encarregava da perseguição aos judeus. Os holandeses que ajudaram e protegeram as vítimas foram também perseguidos. Mais de 100.000 judeus foram enviados para campos de concentração. Entre eles encontrava-se Anne Frank. Apenas 5.000 judeus sobreviveram à guerra.
No início do século XVII, com a crescente imigração para a cidade, Amsterdão colocou em prática um plano para a construção de canais de meio-círculo e concêntricos que se encontravam na baía do rio IJ. Foram feitos quatro canais: 3 residenciais (Herengracht ou Canal dos Lordes; Keizersgracht ou Canal dos Imperadores; e Prinsengracht ou Canal do Príncipe) e um canal de defesa (Nassau/Stadhouderskade). O plano ainda ligou os canais paralelos a esses novos quatros canais, como por exemplo o canal do bairro de Jordaan (onde viveu Anne Frank).
Na cidade encontram-se muitos museus de fama internacional, como o Rijksmuseum, o museu de arte moderna Stedelijk Museum, o Museu Casa de Rembrandt e Museu van Gogh, que possui a maior colecção de pinturas de Van Gogh no mundo.
A Casa de Anne Frank é um destino turístico muito popular, bem como o Hortus Botanicus Amsterdam, fundado no início da década de 60, um dos mais antigos jardins botânicos do mundo, com muitas antigas e raras espécies, entre as quais está a planta de café da qual saiu o ramo que serviu como base das plantações na América Central e América do Sul (o ramo foi um presente de Luís XIV de França e foi levado para a colónia francesa de Martinica em 1714, onde frutificou).
Em Amsterdão encontra-se a conhecida fábrica de cerveja Heineken, que também tem o seu museu, Heineken Experience. O clube desportivo AFC Ajax tem a sua sede e o seu estádio na cidade, o Amsterdam Arena. Também a prestigiosa sala de concertos Concertgebouw é sede da igualmente famosa orquestra sinfónica, a Orquesta Real de Concertgebouw, que deu seu primeiro concerto em 3 de Novembro de 1888.
Há numerosos edifícios, igrejas, praças e pontes que merecem uma visita. Uma data bem interessante para visitar a cidade é o Dia da Rainha ou Koninginnedag, a 30 de Abril. Neste dia todos os habitantes da cidade vendem nas ruas todo tipo de coisas, principalmente objectos de casa que já não utilizam. A cidade transforma-se num mercado e numa verdadeira festa, as ruas enchem-se de gente vestida da cor da casa real, o laranja.
Amsterdão é famosa pela enorme quantidade de bicicletas e é o centro mundial das mesmas. Quase todas as ruas principais têm vias para ciclistas e pode-se deixar a bicicleta em qualquer lugar. Em Amsterdão existem aproximadamente 700.000 ciclistas. Cada ano, são roubadas cerca de 80.000 bicicletas.
O espírito liberal que ela herdou da Idade do Ouro justifica o facto de nela existirem alguns cafés, os chamados Coffeeshops, onde é autorizada a venda de drogas leves para consumo pessoal e de existir uma indústria do sexo legalizada. Desde Outubro de 2000, as prostitutas de janela foram legalizadas de forma a poderem exercer a sua profissão. Hoje em dia, as prostitutas têm também de pagar impostos. Infelizmente, a discriminação é ainda muito grande neste negócio, onde várias prostitutas relatam o facto de alguns bancos recusarem fornecer certos serviços, por exemplo. Contudo, agora como sendo uma profissão legal, o governo assegura que todas as prostitutas estão aptas a ter acesso ao serviço médico e trabalhar em melhores condições, regulando e monitorizando as práticas de trabalho. Também existe ajuda neste bairro graças ao Centro de Informação de Prostituição. Também, ao contrário de crenças populares, o RLD é actualmente das áreas mais seguras em Amesterdão, devido aos vários polícias que patrulham a zona e aos seguranças privados contratados pelas próprias prostitutas.


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